a) beba café e observe o desenho que fica no fundo da xícara;
b) quebre a cabeça tentando decifrar as figuras;
c) peça aos céus inspiração;
d) expire e conclua o pensamento;
e) se ainda tiver dúvidas, fotografe para consultar a imagem mais tarde;
f) na maioria das vezes, dá para brincar com a imaginação e tramar um belo futuro;
g) se não for o caso, então que o café ao menos tenha sido gostoso e revigorante;
h) se o café não satisfez (invista no pó!), contemple a beleza das figuras: elas podem render uma tela, uma ilustração bonita; pegue as tintas ou os crayons;
i) aguarde o passar dos dias e verifique as coincidências ou beba mais café e tente outra vez: assim os dias vão passando, "elétricos", seu futuro vira presente e...viva a cafeína!
Vejo moçoilas-sereias interagindo com um senhor de capa preta; uma baleia perdida e fantasmas ao redor de tudo, num país distante, soprado pelo vento...
terça-feira, 30 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Road Trip I -Grand Canyon, Arizona
O cheiro adstringente e marcante do junípero invade as narinas o dia todo e, para quem ligar o fruto da árvore à bebida, sugere um brinde com goles de gim.
A luz arde nos olhos nas horas quentes, refletida nas pedras claras. Olhar pra baixo dá vertigem, nos planos físico, espiritual e mental; dá calafrio e vontade de gritar, mas a voz não sai: um impressionante desfiladeiro, tão colorido quanto perigoso, hipnotiza e corta a fala. Não é possível: alguém coloriu aquelas pedras com pincel! De onde, então, saíram os vermelhos, os amarelos, marrons, cor de areia, os tons rosados; os lilases, quando escurece, e os azuis lá do fundo?
Presente do Rio Colorado, moldado por ele, para quem teve a boa sorte de gastar a vista naquelas montanhas infinitas, e para quem ainda terá.
A luz arde nos olhos nas horas quentes, refletida nas pedras claras. Olhar pra baixo dá vertigem, nos planos físico, espiritual e mental; dá calafrio e vontade de gritar, mas a voz não sai: um impressionante desfiladeiro, tão colorido quanto perigoso, hipnotiza e corta a fala. Não é possível: alguém coloriu aquelas pedras com pincel! De onde, então, saíram os vermelhos, os amarelos, marrons, cor de areia, os tons rosados; os lilases, quando escurece, e os azuis lá do fundo?
Presente do Rio Colorado, moldado por ele, para quem teve a boa sorte de gastar a vista naquelas montanhas infinitas, e para quem ainda terá.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
domingo, 14 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Os olhos estavam secos.
A garganta também secara.
Mas lágrimas não aplacariam a sede, por serem salgadas.
Ainda que a fonte não tivesse interrompido o jorro
no meridiano da esfera ocular.
O grito, áspero, quis romper a barreira do silêncio:
“Por que não posso sair para a boca do mundo?”
- essa sim, uma boca ampla,
de enormes beiços e cheia de liberdades,
na imensurável área externa circunvizinha.
Os ouvidos fizeram-se de surdos quando o grito escapuliu
e foi dado à luz do claro mundo exterior.
A boca, assentindo, calou-se, cúmplice.
Depois de a garganta aquiescer, sem vibrar sua caixa de ressonância.
E os olhos fingiram não ter flagrado a fuga incisiva.
Lá fora, aventurava-se o grito;
nas mãos, um estojo:
a pesada caixa-preta de sentimentos-palavras,
que daquela cabeça tomara emprestada
A garganta também secara.
Mas lágrimas não aplacariam a sede, por serem salgadas.
Ainda que a fonte não tivesse interrompido o jorro
no meridiano da esfera ocular.
O grito, áspero, quis romper a barreira do silêncio:
“Por que não posso sair para a boca do mundo?”
- essa sim, uma boca ampla,
de enormes beiços e cheia de liberdades,
na imensurável área externa circunvizinha.
Os ouvidos fizeram-se de surdos quando o grito escapuliu
e foi dado à luz do claro mundo exterior.
A boca, assentindo, calou-se, cúmplice.
Depois de a garganta aquiescer, sem vibrar sua caixa de ressonância.
E os olhos fingiram não ter flagrado a fuga incisiva.
Lá fora, aventurava-se o grito;
nas mãos, um estojo:
a pesada caixa-preta de sentimentos-palavras,
que daquela cabeça tomara emprestada
para não devolver jamais.
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