A onda de Algodões OU As ondas de algodão

Ninguém soube explicar o porquê de essa sucursal do Paraíso se chamar Algodões, nome lindo e sugestivo para lugar idem: praia vaziinha, larga, ventilada, de água quente e azul. Seria por causa das plantações, em outros tempos, do gênero cujos frutos fornecem a indispensável fibra branca? (Plantava-se, mesmo, algodão por lá?) Das ondas baixas e branquinhas que de fato parecem algodoadas? Ambas as hipóteses soam plausíveis, sendo a segunda bem mais encantadora.
Está longe de ser a praia da onda, mas que onda boa que dá! Não para, por exemplo, surfar. Para relaxar, sim. Para namorar - e quem estiver sem namorado pode namorar a praia, pura, limpa, clara como um floco de algodão. Insistindo nessa tecla: o céu de lá, ao entardecer, também lembra um floco, de algodão-doce, daqueles rosa-sonho. Rosa, branco, azul e verde são, alias, as cores dali.
Sacanagem se alguém disser que lá não tem nada pra se fazer. Mas o que é isso?! Se a ideia é acompanhar os encantos da vida outdoors, tem lua nascendo, sol morrendo, arco-íris pipocando, maré subindo, descendo, piscinas naturais limpas e mergulháveis se descobrindo, guaiamuns dançando como aranhas armadeiras, antes de se meter em buracos. E pode-se nadar à noite, que a água continua morninha. "Quê mais que tu quer, neném?"

Fotos: DJ - foto/libélula: Kreuch