Ao cair numa cilada
Fraturei o indicador
Minha mão toda engessada
Indica que tenho dor
A cilada em que caí
Foi cair empurrando a mala
Que estava pesada, e aí...
Não pude mais carregá-la
Não posso, de fato, amá-la
Se me fez quebrar o dedo
Condenada estará a mala
Ao quartinho do degredo
Condenado está meu dedo
À escuridão do gesso
Confesso que tenho medo
Que a vida vire do avesso
Por medo terei registrado
Para efeito de expurgação
Esses versos de dedo quebrado
Já que o pé está bom e são
Já a mão direita, não:
Imóvel até o antebraço
Inspira intensa aflição
Provoca um grande embaraço
Mas, nada de ingratidão!
Aos céus dou graças, amém
Se fosse na outra mão
Teria mais um porém
A que machuquei, a destra
Goza férias, no momento
Mas não é esta a maestra
Da minha orquestra, que alento!
Como nasci canhota
Da minha rotina diária
Não preciso alterar a rota
De forma tão temerária
Só as costas não lavo de jeito
E as unhas não posso cortar
Do esquerdo, meu braço direito
Não tenho, porém, o que reclamar
No teclado, é mais complicado
Aí é que aperta o nó
Mas no digitar não se nota
Que escrevo com um dedo só
E assim levarei a vida
Não é o fundo do poço...
Contanto que ao fim do mês
Esteja colado, esse osso
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Um comentário:
Que dedo "ingrato"-falhou justo agora??? vai fazer mta falta?!!!!
É que sei q está ai em Ptr.hahaha boa sorte!
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