sexta-feira, 18 de junho de 2010
Que farei com este livro, o último, que ainda não li, o caim, e que me espera ao lado da cama, numa pequena pilha que ainda não desmantelei. Vou abri-lo mais tarde, aquele objecto quase dotado de humanidade, quase vivo. Faço agora uma viagem a portugal, uma viagem mental, em que que só adivinho as intermitências da morte e especulo sobre sua lucidez ao argumentar sobre a cegueira humana. Seu ano da morte foi este, então. O de 2010. As pequenas memórias da alegria, da reflexão, do arrazoamento, da apreciação do prazer estético e das tantas perguntas sem ponto de interrogação que trouxe para o meu mundo nem são assim pequenas como não serão efêmeras. Com diligência eu já vinha armazenando uma a uma na babagem do viajante que não sei por quanto tempo serei. Só saberia dizer que essas e outras memórias, as das sentenças, as dos pensamentos, as da prosa irônica e tantas vezes permeada de poesia, têm duplicado os sons da caverna onde às vezes me abrigo, transformando-os em ecos que ressoam em forma de árias com as quais já me familiarizo. Eu as canto, e no dia de hoje elas soam como um réquiem. In nomine dei, com ou sem deus, com ou sem crença, com ou sem otimismo, um viva a um mago que já não vive e que, ainda que não volte à vida, aqui viverá pelas mãos, olhos e mente de quem manuseia e examina aqueles objetos de que vim falando, acima - todos aqueles nomes. Quem souber notícias da maior flor do mundo, avise que ela pertence a ele, nesse 18 de junho de 2010.
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