quinta-feira, 24 de junho de 2010

Insones

Que bom dormir nos braços de morfeu!
Tão melhor que nos da morfina...

Dormir com Deus pode significar: em boa companhia
Já quem dorme em Deus sente o gosto de terra fria

Deus ajuda quem cedo madruga
- a menos que o indivíduo seja guarda noturno

Dorme melhor quem tem a consciência limpa:
a não ser que ele seja insone

Do mesmo modo, o da consciência suja
apaga depois de um sonífero...tudo é tão relativo...

O insone não conta carneirinhos
Ele conta as horas de sono perdidas, rolando na cama sem ter o que fazer

Dormir sobre os louros é bom
se você os prefere aos morenos

Quem não dorme no ponto
logo descobre que a Maria está dormindo com o João
(Durma-se com um desses barulhos!)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

É Dunga ou Zangado?

domingo, 20 de junho de 2010

haicai da copa

Vuvuzelas dappertutto.
O Brasil quer ganhar
a Copa no grito.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Que farei com este livro, o último, que ainda não li, o caim, e que me espera ao lado da cama, numa pequena pilha que ainda não desmantelei. Vou abri-lo mais tarde, aquele objecto quase dotado de humanidade, quase vivo. Faço agora uma viagem a portugal, uma viagem mental, em que que só adivinho as intermitências da morte e especulo sobre sua lucidez ao argumentar sobre a cegueira humana. Seu ano da morte foi este, então. O de 2010. As pequenas memórias da alegria, da reflexão, do arrazoamento, da apreciação do prazer estético e das tantas perguntas sem ponto de interrogação que trouxe para o meu mundo nem são assim pequenas como não serão efêmeras. Com diligência eu já vinha armazenando uma a uma na babagem do viajante que não sei por quanto tempo serei. Só saberia dizer que essas e outras memórias, as das sentenças, as dos pensamentos, as da prosa irônica e tantas vezes permeada de poesia, têm duplicado os sons da caverna onde às vezes me abrigo, transformando-os em ecos que ressoam em forma de árias com as quais já me familiarizo. Eu as canto, e no dia de hoje elas soam como um réquiem. In nomine dei, com ou sem deus, com ou sem crença, com ou sem otimismo, um viva a um mago que já não vive e que, ainda que não volte à vida, aqui viverá pelas mãos, olhos e mente de quem manuseia e examina aqueles objetos de que vim falando, acima - todos aqueles nomes. Quem souber notícias da maior flor do mundo, avise que ela pertence a ele, nesse 18 de junho de 2010.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

COM OU SEM NAMORADO(A)





tá combinado!


A cor das unhas combina com a do dedo por baixo do gesso.
O excesso de roupa combina com o clima gelado.
A cara nada triste, apesar do incômodo, combina com o tratamento VIP recebido.
(Eu combino com o João.)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Poeminha de um dedo só

Ao cair numa cilada
Fraturei o indicador
Minha mão toda engessada
Indica que tenho dor

A cilada em que caí
Foi cair empurrando a mala
Que estava pesada, e aí...
Não pude mais carregá-la

Não posso, de fato, amá-la
Se me fez quebrar o dedo
Condenada estará a mala
Ao quartinho do degredo

Condenado está meu dedo
À escuridão do gesso
Confesso que tenho medo
Que a vida vire do avesso

Por medo terei registrado
Para efeito de expurgação
Esses versos de dedo quebrado
Já que o pé está bom e são

Já a mão direita, não:
Imóvel até o antebraço
Inspira intensa aflição
Provoca um grande embaraço

Mas, nada de ingratidão!
Aos céus dou graças, amém
Se fosse na outra mão
Teria mais um porém

A que machuquei, a destra
Goza férias, no momento
Mas não é esta a maestra
Da minha orquestra, que alento!

Como nasci canhota
Da minha rotina diária
Não preciso alterar a rota
De forma tão temerária

Só as costas não lavo de jeito
E as unhas não posso cortar
Do esquerdo, meu braço direito
Não tenho, porém, o que reclamar

No teclado, é mais complicado
Aí é que aperta o nó
Mas no digitar não se nota
Que escrevo com um dedo só

E assim levarei a vida
Não é o fundo do poço...
Contanto que ao fim do mês
Esteja colado, esse osso